Lula diz que trabalha para aprovar Messias ao STF

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse em entrevista ao SBT News, que foi ao ar na noite de 2ª feira (15.dez.2025), que está trabalhando para aprovar a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao STF (Supremo Tribunal Federal).

“Eu acredito que ele [Messias] será o ministro da Suprema Corte, aprovado pelo Senado. Estou trabalhando para isso e o Messias está trabalhando para isso. Eu não indiquei uma pessoa qualquer. Eu indiquei um advogado muito competente, um advogado-geral da União extraordinário, que demonstrou ao longo do tempo seriedade e serenidade no jeito de advogar”, declarou. “Portanto, ele merece estar lá [no STF] e eu acho que ele vai ser um bom ministro da Suprema Corte”, afirmou.

O presidente negou que seu governo tenha força para interferir no STF por conta da quantidade de ministros que foram indicados por ele ao longo dos últimos mandatos. “Se eu tivesse interferência na Suprema Corte, eu teria ficado preso 580 dias? A verdade é que a Suprema Corte é totalmente independente e autônoma, e é bom que seja assim”, disse.

Lula negou que haja uma crise entre os Poderes e falou sobre sua relação com os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e da Câmara Hugo Motta (Republicanos-PB). “Não aconteceu nada. Eu sou amigo do Davi e eu sou amigo do Hugo Motta”, declarou.

“Nós aprovamos 99% de tudo o que mandamos para o Congresso Nacional. Nunca, nos meus 2 primeiros mandatos, eu aprovei a quantidade de coisas que aprovei agora com um Congresso totalmente adverso”, disse Lula. Segundo o presidente, esse é “o milagre da democracia”. O chefe do Executivo declarou que nunca mandou nenhum “projeto de interesse pessoal ou de interesse de um grupo”.

Alcolumbre já sinalizou que a sabatina de Messias deve ficar para 2026. Disse que neste ano só devem ser analisados temas relacionados ao Orçamento.

A sabatina estava marcada para 10 de dezembro na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), mas foi cancelada porque o Planalto ainda não havia enviado toda a documentação necessária ao Senado, o que impossibilitou a continuidade do processo.

A demora no envio foi vista como uma estratégia do Executivo para contornar o prazo curto dado por Alcolumbre para que Messias angariasse votos. O presidente da Casa Alta teria ficado contrariado com a indicação de Lula. Queria que o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de quem é amigo, fosse indicado pelo presidente.