Vídeo mostra militares dos EUA apreendendo petroleiro na costa da Venezuela BBC News fonte BBCVídeo mostra militares dos EUA apreendendo petroleiro na cost Vídeo mostra militares dos EUA apreendendo petroleiro na costa da Venezuela BBC News fonte BBCVídeo mostra militares dos EUA apreendendo petroleiro na cost

O que se sabe sobre a apreensão de petroleiro pelos EUA na costa da Venezuela

2025/12/12 04:45
Vídeo mostra militares dos EUA apreendendo petroleiro na costa da Venezuela — Foto: BBC News fonte Vídeo mostra militares dos EUA apreendendo petroleiro na costa da Venezuela — Foto: BBC News fonte

Um helicóptero dos EUA voa baixo sobre um mar azul enevoado enquanto se aproxima de um navio gigantesco. Ele paira enquanto soldados camuflados, armados com rifles, descem por cordas até o convés da embarcação.

O vídeo, divulgado pelo governo dos EUA, mostra a mais recente de uma série de escaladas na campanha de pressão de Washington sobre o governo de Nicolás Maduro — a apreensão de um petroleiro.

Os EUA afirmam que o navio é usado para transportar petróleo sancionado da Venezuela e do Irã em uma "rede ilícita de transporte de petróleo que apoia organizações terroristas estrangeiras".

O chanceler venezuelano, Yvan Gil, chamou a apreensão de "pirataria internacional" e afirma que o presidente dos EUA, Donald Trump, quer os recursos energéticos da Venezuela.

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Aqui está o que sabemos.

A operação

"Nós acabamos de apreender um petroleiro na costa da Venezuela... um petroleiro grande, muito grande... o maior já apreendido, na verdade", disse Trump a repórteres na Casa Branca na quarta-feira.

As imagens da operação foram compartilhadas pela procuradora-geral Pam Bondi nas redes sociais. Bondi afirmou que um mandado de apreensão do navio foi cumprido pela Guarda Costeira dos EUA, FBI, Departamento de Segurança Interna e pelo Pentágono.

A localização exata do navio no momento da apreensão não está clara, mas um alto oficial militar disse à parceira americana da BBC, a CBS News, que a embarcação tinha acabado de deixar um porto na Venezuela.

O vídeo de 45 segundos mostra uma equipe dos EUA caminhando pelo convés do navio com suas armas empunhadas. Nenhum membro da tripulação é visível.

A apreensão envolveu dois helicópteros, 10 fuzileiros navais, 10 membros da Guarda Costeira dos EUA e forças de operações especiais, disse uma fonte familiarizada com a operação à CBS.

Segundo a fonte, o embarque na embarcação envolveu um grupo de elite da Guarda Costeira chamado Maritime Security and Response Team.

Essa equipe é treinada em contraterrorismo e em procedimentos de abordagem policial de alto risco — como o desembarque por corda rápida a partir de um helicóptero mostrado no vídeo. Ela foi criada após os ataques do 11 de Setembro, durante uma reformulação da segurança nacional.

A Guarda Costeira liderou a operação com apoio da Marinha, disseram autoridades à CBS.

Victor Hansen, ex-advogado militar e professor de direito na New England Law, em Boston, afirmou que o governo Trump "não tem sido muito claro ao articular uma justificativa legal" para a apreensão.

"Eles não parecem estar se apoiando em uma justificativa militar, diferente do ataque às embarcações [de drogas]", acrescentou. "Isso parece mais relacionado à violação de sanções impostas tanto à Venezuela quanto ao Irã."

Segundo Hansen, operações militares, incluindo missões de "visitar, abordar, revistar e apreender" no mar, sempre contam com análises formais e informais de advogados militares antes e durante a operação.

"Mas eles não têm autoridade de comando para aprovar ou recusar uma operação", disse. "O que fazem é aconselhar os comandantes sobre as legalidades, riscos e benefícios."

Mesmo que a apreensão venezuelana tenha sido conduzida por unidades de aplicação da lei não militares, como as da Guarda Costeira, "há advogados que cumpririam funções semelhantes".

Hansen também observou que, embora missões de abordagem de navios já tenham ocorrido no passado — como no Golfo Pérsico ou no Mar Arábico —, o episódio recente é diferente porque o navio foi apreendido junto com sua carga.

"Isso não é algo que tenha sido feito recentemente", afirmou.

O Skipper (a embarcação à direita) foi filmado por satélite em 18 de novembro — Foto: BBC News fonte O Skipper (a embarcação à direita) foi filmado por satélite em 18 de novembro — Foto: BBC News fonte

O petroleiro

A empresa de risco marítimo Vanguard Tech identificou a embarcação como o Skipper e disse acreditar que o navio vinha "falsificando" sua posição — ou transmitindo uma localização falsa — há muito tempo.

A Vanguard Tech afirmou que a embarcação "teria sido parte da frota sombria e foi sancionada pelos Estados Unidos por transportar exportações de petróleo venezuelano".

A chamada frota sombria se refere a navios usados para contrabandear mercadorias sancionadas.

Acredita-se que o Skipper tenha deixado o porto petrolífero de José em 4 ou 5 de dezembro, com cerca de 1,8 milhão de barris de petróleo bruto pesado a bordo, dos quais cerca de 200 mil barris teriam sido transferidos para outra embarcação antes da apreensão, segundo a Reuters, citando análises do TankerTrackers.com e da estatal venezuelana PDVSA.

O Departamento do Tesouro dos EUA incluiu o Skipper entre as embarcações sob sanção em 2022, informou a CBS, por suposta participação em contrabando de petróleo que gerava receita para o grupo Hezbollah, no Líbano, e para a Força Quds do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica, no Irã.

O BBC Verify localizou o petroleiro no MarineTraffic, que mostrava que a embarcação navegava sob a bandeira da Guiana quando sua posição foi atualizada pela última vez, dois dias antes da apreensão.

No entanto, um comunicado da Administração Marítima da Guiana, divulgado na noite de quarta-feira, afirmou que o Skipper estava "hasteando falsamente a bandeira da Guiana, já que não está registrado no país".

O MarineTraffic mostra que ele esteve pela última vez perto do Irã em meados de setembro, antes de chegar à costa da Guiana no fim de outubro, e, desde então, fez pouquíssimos movimentos.

Esses dados podem estar parciais ou incorretos devido à falsificação de localização.

O petróleo apreendido

Quando questionado por repórteres sobre o que os EUA fariam com o petróleo transportado pelo petroleiro, Trump respondeu: "A gente fica com ele, eu acho… presumo que vamos ficar com o petróleo".

No mercado mundial, o petróleo do tipo que o navio transporta está cotado a cerca de US$ 61 por barril, o que significa que a carga a bordo do Skipper poderia valer mais de US$ 95 milhões — se de fato consistir em 1,6 milhão de barris após os 200 mil retirados. A BBC não conseguiu confirmar quanto petróleo está realmente no navio.

Bondi, a principal procuradora dos EUA, disse sobre a embarcação apreendida: "Por vários anos, o petroleiro vem sendo sancionado pelos Estados Unidos devido à sua participação em uma rede ilícita de transporte de petróleo que apoia organizações terroristas estrangeiras".

Maduro acusou os EUA de usarem seu contínuo reforço militar no Caribe e a "guerra às drogas" para tentar depô-lo e tomar o petróleo da Venezuela — algo que os EUA negam.

A Venezuela possui as maiores reservas conhecidas de petróleo bruto do mundo. Mas analistas apontam para algumas complexidades. O petróleo é considerado "pesado" e altamente viscoso, o que significa que sua extração exige equipamentos e conhecimento especiais.

A Venezuela também tem enfrentado dificuldades para exportar seus vastos recursos devido ao envelhecimento da infraestrutura e às duras sanções impostas pelos EUA.

A campanha mais ampla de pressão dos EUA

O governo Trump concentrou grande parte do último ano no combate ao tráfico de drogas — especialmente fentanil e cocaína — para dentro dos Estados Unidos.

Como parte desse esforço, Trump designou dois grupos criminosos venezuelanos — o Tren de Aragua e o Cartel de los Soles — como Organizações Terroristas Estrangeiras e alegou que o último é liderado pelo próprio Maduro.

Sem apresentar provas, Trump também acusou Maduro de "esvaziar suas prisões e hospitais psiquiátricos" e "forçar" seus internos a migrarem para os EUA. Deter a imigração tem sido outra prioridade da Casa Branca.

Como parte da campanha de pressão, os EUA mobilizaram 15 mil soldados e uma série de porta-aviões, destróieres lança-mísseis guiados e navios de assalto anfíbios para o Caribe.

Entre eles está o maior navio de guerra do mundo — o USS Gerald Ford — de onde decolaram os helicópteros usados na apreensão do petroleiro.

Mick Mulroy, ex-fuzileiro naval, ex-oficial paramilitar da CIA e ex-subsecretário adjunto de Defesa no Pentágono, disse à BBC que a apreensão do petroleiro vai "aumentar a pressão" sobre o governo venezuelano no contexto da campanha mais ampla.

"A Venezuela tem uma quantidade considerável de reservas de petróleo", afirmou.

"Apreender um navio transportando petróleo, ou um navio que leva os produtos químicos necessários para extrair o petróleo bruto do solo, envia uma mensagem — especialmente se isso for apenas o começo de uma campanha."

Desde o início de setembro, forças americanas realizaram mais de 20 ataques em águas internacionais contra barcos que supostamente transportavam drogas. Mais de 80 pessoas foram mortas.

O governo Trump argumenta que está envolvido em um conflito armado não internacional com os supostos traficantes, a quem acusa de travar uma guerra irregular contra os EUA.

Os EUA também descreveram as pessoas a bordo como "narcoterroristas", mas especialistas jurídicos dizem que os ataques são ilegais, pois essa designação "não os transformou em alvos militares legítimos".

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