Na mesma semana em que conversou com Trump, petista falou reservadamente com líder venezuelano sobre estabilidade regionalNa mesma semana em que conversou com Trump, petista falou reservadamente com líder venezuelano sobre estabilidade regional

Lula e Maduro conversaram sobre ação dos EUA no Caribe

2025/12/12 03:46

Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o venezuelano Nicolás Maduro conversaram  por telefone sobre a situação política da América Latina e do Caribe e buscaram reforçar compromissos de criar uma estabilidade na região.

A ligação se deu na semana passada. Interlocutores do Planalto afirmam que Lula e Maduro ainda não haviam falado diretamente neste ano.

Segundo integrantes do Planalto, a conversa teve caráter institucional e buscou distensionar ruídos acumulados entre Brasília e Caracas. Os 2 presidentes discutiram iniciativas para “preservar a paz regional”.

Diante da ofensiva de Donald Trump (Republicano) na Venezuela, Lula tem repetido que a América Latina e o Caribe devem ser uma zona de paz e que o Brasil está disposto a ser um mediador em conflitos quando convidado pelas partes envolvidas.

A posição brasileira prioriza a negociação e a diplomacia multilateral: evita intervenções militares e busca reduzir tensões por meio de canais institucionais e negociações diretas entre governos.

Na mesma semana, Lula também conversou com o presidente dos Estados Unidos. No diálogo, o presidente brasileiro destacou a urgência de ampliar ações conjuntas contra o crime organizado, citando operações no país para “asfixiar financeiramente” facções e rastrear suas ramificações no exterior.

O governo brasileiro fez um comunicado oficial sobre a conversa com o republicano, mas não divulgou a ligação entre Lula e Maduro. A informação foi antecipada pelo O Globo e confirmada pelo Poder360.

TRUMP ELEVA A CRISE

Trump elevou a tensão na crise venezuelana ao sugerir, novamente, a possibilidade de expandir as operações militares contra o regime de Nicolás Maduro para ações em terra. A declaração foi dada durante um discurso na Pensilvânia na 3ª feira (9.dez.2025), quando o norte-americano celebrou ataques recentes a embarcações venezuelanas no mar do Caribe, classificados por ele como bem-sucedidos.

Segundo o governo dos EUA, as embarcações atingidas transportavam drogas em direção ao país. Trump justificou as ações afirmando que “o míssil que acaba com eles” detém o tráfico internacional. Washington também descreve Maduro como “líder terrorista global do Cartel de los Soles”, organização cuja existência é contestada pelo governo venezuelano.

Desde agosto, os EUA intensificam a pressão sobre o governo Maduro. Trump ofereceu uma recompensa de US$ 50 milhões (R$ 271 milhões) pela captura do líder venezuelano, ordenou ataques aéreos que já deixaram mais de 80 mortos e promoveu a maior mobilização naval no Caribe desde a crise dos mísseis de 1962. O fechamento total do espaço aéreo venezuelano elevou ainda mais as expectativas de uma intervenção.

As operações têm sido alvo de críticas de organismos internacionais. O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, classificou os ataques como possíveis “execuções extrajudiciais”. Um episódio ocorrido em 2 de setembro está sob investigação: um mesmo barco teria sido atingido duas vezes, para evitar sobreviventes, o que pode configurar crime de guerra.

O assessor especial da Presidência brasileira e conselheiro de política externa de Lula, Celso Amorim, afirmou ao jornal The Guardian que uma intervenção norte-americana em território venezuelano poderia transformar a América do Sul em um cenário de guerra semelhante ao Vietnã.

Ele classificou o fechamento do espaço aéreo venezuelano, ordenado por Trump no fim de novembro, como um “ato de guerra”.

A crise ganhou novos contornos após reportagem da Bloomberg afirmar que o empresário Joesley Batista, dono da JBS, viajou à Venezuela em 23 de novembro para pedir que Maduro deixasse o poder. A J&F disse ao Poder360 que não confirma o conteúdo da reportagem.

Trump teria oferecido a Maduro e a seus aliados a possibilidade de saída segura da Venezuela, desde que renunciasse. O ultimato, dado em 22 de novembro, previa que o presidente venezuelano deixasse o país em até uma semana. Maduro permaneceu no cargo e reforçou sua segurança pessoal.

As tratativas entre os presidentes incluíram, segundo relatos, pedidos de Maduro por anistia legal, suspensão de sanções e retirada de acusações internacionais. Trump rejeitou as condições.

Isenção de responsabilidade: Os artigos republicados neste site são provenientes de plataformas públicas e são fornecidos apenas para fins informativos. Eles não refletem necessariamente a opinião da MEXC. Todos os direitos permanecem com os autores originais. Se você acredita que algum conteúdo infringe direitos de terceiros, entre em contato pelo e-mail service@support.mexc.com para solicitar a remoção. A MEXC não oferece garantias quanto à precisão, integridade ou atualidade das informações e não se responsabiliza por quaisquer ações tomadas com base no conteúdo fornecido. O conteúdo não constitui aconselhamento financeiro, jurídico ou profissional, nem deve ser considerado uma recomendação ou endosso por parte da MEXC.